O apelido é Coelho, mas pode chamar de zebra que o América-MG atende. Lanterna do Campeonato Brasileiro e virtualmente rebaixado para a Série B, os mineiros derrubaram o apático Corinthians, neste domingo à tarde, no Estádio Parque do Sabiá, em Uberlândia. A vitória por 2 a 1 deu sobrevida na luta contra o rebaixamento e atrapalhou as pretensões do Timão em disparar na liderança.
Com 28 pontos, o América ainda é o lanterna e o Corinthians, com 58, beneficiado pela derrota do Vasco para o Santos (2 a 0), segue na liderança. Era como se o Coelho fosse o líder e o Alvinegro brigasse contra o rebaixamento. Melhor posicionado, os mineiros neutralizaram o que os paulistas têm de melhor: o meio de campo. A situação ficou pior quando Alex, principal homem de articulação, sentiu lesão e teve de ser substituído. Tite optou por Emerson deixando o time com três atacantes.
Com mais posse de bola, o América assustou aos 16, quando Rodriguinho resolveu testar Júlio César chutando forte, mas o goleiro corintiano estava atento e espalmou. Fabio Santos, em jogada individual, respondeu aos 25, mas Neneca também apareceu.
O primeiro tempo ficou marcado por pênaltis polêmicos. Primeiro a favor dos donos da casa. Aos 35, Kempes se enroscou com Alessandro e o árbitro marcou. Fábio Júnior converteu. O empate foi na mesma moeda. Aos 43, Emerson desabou na área e Chicão, que retornou ao time após oito jogos, deixou tudo igual.
No segundo tempo, o Corinthians restabeleceu a ordem e passou a ter a bola por mais tempo. Empurrado pelos torcedores - que estavam em maioria nas arquibancadas -, a equipe iniciou a todo vapor, mas faltava criatividade. Os raros lances de perigo aconteciam por meio de lampejos individuais.
Para piorar, Tite não tinha boas opções no banco de reservas. Percebendo que o rendimento estava abaixo do esperado, ele trocou Alessandro por Weldinho - a mudança deu novamente a braçadeira de capitão à Chicão - e depois William por Edenílson, mas nada mudou. Danilo, sobrecarregado na armação, nada produzia.
Assim o jogo caiu de intensidade e ficou truncado, com poucas chances de gol. Na melhor delas, aos 15, Kempes se aproveitou de falha de Fábio Santos no domínio e chutou, mas Júlio César defendeu.
O tempo passava e o Corinthians tentava o gol na base do abafa, assim como conseguiu virar diante do Avaí, na última rodada. Desta vez, porém, o tiro saiu pela culatra. Aos 42 minutos, Amaral cobrou falta, Júlio César não alcançou e o Coelho derrubou o líder, estabelecendo uma das maiores zebras da competição.